quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Drama-lirismo

Nem a eternidade de minha misteriosidade efêmera
dirá o inverso ao que se pensa
Nem o turvo estorvo de minha revigorante auto-destruição
dirá o contrário ao que se canta
por aí...

O que se sabe é o que se supõe
e suponhamos o que se presume:
A eternidade da minha misteriosidade efêmera
do meu turvo estorvo revigorante, auto-destrutivo
é tão entediante e ineficaz...

Digo à certeza ao que se pensa
E digo ao sentido ao que se canta;
enquanto seu orgulho não permitir minha sucintez
recitarei meu desconexo drama-lirismo
por aí...

Vida > Vida pós-morte

Homens são organismos vivos. Só por que nossa espécie é dotada de uma racionalidade inteligente, devemos acreditar numa vida pós morte, ou qualquer outra forma de "salvação"? Por que temos essa vantagem em relação aos outros seres? Então seria a racionalidade inteligente capaz de nos garantir a plenitude em que a simples vida não garante ? A racionalidade inteligente portanto é mais importante que a vida, tão sã e autossuficiente como só ela pode ser ? Deus que é Deus não pensaria dessa forma...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Antes

Semelhante
Àquele amante,
errante;
atordoante
Apenas o conselho de Dante
para o alérgico corante,
para a teroura barbante;
para a pluma maçante.
Para o moribundo:
Jante !
Para o descansado:
Avante !
E pára o tempo restante.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Versos por orgulho

Entravo-me nessa barreira libertária
A minha lírica mais abandonada com o desgaste do tempo.
Aquela segurança de outrora
Sem perspectiva e apaziguada
Era um fenômeno único
Irreversível.

Ambígua e sufocante liberdade, caminho livre e aberto
Deixa na prisão ares descontínuos encarcerados
Mas o amor da encarcerária solidário, a mesma libertação
realizará nossa ficção e juntos condenaremos
A rainha da Distância e o Tempo morto pitoresco.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Por aí, para qualquer um.

Morreu.
Direito, nem gemeu.
É. Aconteceu.
Mais um plebeu.
Não é filho meu.
Antes ele,
do que eu.

Caiu.
Coitado.
Pena.
Que levante sozinho...
Que Deus o ajude, porque eu...
tenho mais o que fazer.

Derrotas terminais instantâneas
O Paraíso já não abre mais as portas
Se esqueceu? E corra, para um aperto dos quintais divinos
Nas idealizações vitais descompromissadas pela vitalidade da vida.
E esqueça, ao fundo, distantes e malevolentes
Risos orquestrônicos, irônicos
Estridentes...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Campos de morangos eternos


É de conhecimento geral a não-existência de vida no único planeta vida. Ao menos a não-presença dos seres. 2012 surgira como falsa profecia outrora, o planeta cansara dos parasitas.
Foi apagado por uma força misteriosa, tudo o que os pensamentos irracionais e racionais criaram. Os sonhos ficaram por uma causa maior: a translação da antiga realidade no imaginário. O que era real se torna a utopia dos sonhos.
A Força elegeu o Grupo Sonhador para não ter que fazer tudo só. Era da cidade brasileira carioca, matérias não vivas que passaram a sonhar. Uma corrente forte positiva concentrava sua energia em um meio que o imaginário sentimental eterno se contentasse em ser melancólico, real e entregue ao Tempo. A Força, irmã de outra de mãe do Tempo, impôs sua capacidade poderosa de controlar a cronologia. Contava com o Grupo Sonhador para o Tempo ser extinto.
Sonhador, esse que entrou determinado, justificando seu nome. Entrou forte nesta batalha fictícia e provou a superioridade de legado sonhador em relação à negatividade temporal. O Rio de Janeiro, por exemplo, agora é um campo de morangos maduros e brilhosos. Foi assim que o mundo real imaginário estabeleceu sua revolução diante do tempo. Está disposto a criar outro céu, outro mar, outra terra, outros seres que viverão para sempre.

Crônica da máscara

Por mais firme e invasiva que seja esta máscara que cobre o rosto, que atrapalha o pensar; que adoece a alma, uma hora enfim, ela cairá. Mesmo se a tarefa mais difícil a enfrentar fosse abandonar o complexo universo ilusionário criado por essa 'barreira' perigosa que impede a vida de uma personalidade, o bom andamento de um caráter: se é que eles existiram outrora, outra grande confusão.
Quando cair, será complicado levantar sem revestir de corpo e alma naquela doce ilusão. Resgates e apoios serão feitos e a salvação estaria em linha tênue com a convicção pessoal. Não beber mais do veneno e não acreditar no irreal trariam a corda suspensa para a saída do fundo do poço ou de um buraco profundo escuro.
Perdão é concedível. As tentativas foram feitas e por mais que a realidade não queira ser vista, a identidade foi preservada e a conduta ética não deixa de existir.
A emoção acabou. The dream is over. Como diriam dois grandes escritores, após reconhecer o abismo que poderiam se encontrar. Assino embaixo e meu texto é deixado com um tom de despedida, declaro. E torço para tenha uma reação após esse impedimento que deixa o caminho atravancado. Retiro-me impessoalmente deste enigma de palavras dispersas do meu mundo, que só minha individualidade precisa entender.