terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Campos de morangos eternos


É de conhecimento geral a não-existência de vida no único planeta vida. Ao menos a não-presença dos seres. 2012 surgira como falsa profecia outrora, o planeta cansara dos parasitas.
Foi apagado por uma força misteriosa, tudo o que os pensamentos irracionais e racionais criaram. Os sonhos ficaram por uma causa maior: a translação da antiga realidade no imaginário. O que era real se torna a utopia dos sonhos.
A Força elegeu o Grupo Sonhador para não ter que fazer tudo só. Era da cidade brasileira carioca, matérias não vivas que passaram a sonhar. Uma corrente forte positiva concentrava sua energia em um meio que o imaginário sentimental eterno se contentasse em ser melancólico, real e entregue ao Tempo. A Força, irmã de outra de mãe do Tempo, impôs sua capacidade poderosa de controlar a cronologia. Contava com o Grupo Sonhador para o Tempo ser extinto.
Sonhador, esse que entrou determinado, justificando seu nome. Entrou forte nesta batalha fictícia e provou a superioridade de legado sonhador em relação à negatividade temporal. O Rio de Janeiro, por exemplo, agora é um campo de morangos maduros e brilhosos. Foi assim que o mundo real imaginário estabeleceu sua revolução diante do tempo. Está disposto a criar outro céu, outro mar, outra terra, outros seres que viverão para sempre.

Crônica da máscara

Por mais firme e invasiva que seja esta máscara que cobre o rosto, que atrapalha o pensar; que adoece a alma, uma hora enfim, ela cairá. Mesmo se a tarefa mais difícil a enfrentar fosse abandonar o complexo universo ilusionário criado por essa 'barreira' perigosa que impede a vida de uma personalidade, o bom andamento de um caráter: se é que eles existiram outrora, outra grande confusão.
Quando cair, será complicado levantar sem revestir de corpo e alma naquela doce ilusão. Resgates e apoios serão feitos e a salvação estaria em linha tênue com a convicção pessoal. Não beber mais do veneno e não acreditar no irreal trariam a corda suspensa para a saída do fundo do poço ou de um buraco profundo escuro.
Perdão é concedível. As tentativas foram feitas e por mais que a realidade não queira ser vista, a identidade foi preservada e a conduta ética não deixa de existir.
A emoção acabou. The dream is over. Como diriam dois grandes escritores, após reconhecer o abismo que poderiam se encontrar. Assino embaixo e meu texto é deixado com um tom de despedida, declaro. E torço para tenha uma reação após esse impedimento que deixa o caminho atravancado. Retiro-me impessoalmente deste enigma de palavras dispersas do meu mundo, que só minha individualidade precisa entender.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Renovação

Aquela certeza inadequada,
sempre estável vai ser trocada.
Entrará o que insconscientemente não desejarás.
É um ciclo que se chama o quiseres chamá-lo,
livremente.

Até os mais estáticos são levados por essa força
por mais que nade contra essa corrente
não se tornará alheio
a essa ordem natural.

O que é seu será resguardado
O que foi seu entrará novamente no ciclo
O que será seu será.

Quando passarás pelo processo
aceitarás no fim
afinal
não nadarás contra a corrente, estático.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Transfiguração


Em meio aos seus tenebrosos, aterrorizantes, infinitos mares
Liquefaço.

Em meio a sua flora amontoada de bichos inanimados
Caço.

Em meio a sua singular celebração descomemorada
Estardalhaço.

Em meio a sua egoísta geometria desfavorável
Traço.

Em meio ao ápice da sua fonte inesgotável de problemas
Eu peço
Mais um maço.

Em meio a sua auto-destruição
Reconstruo-te, junto com essas palavras
À base de aço.